Fomos impulsionados à uma nova realidade, que emergiu a partir da situação crítica de saúde pública causada pela COVID-19 em todos os países. Todos nós sabemos sobre como as ondas de contágio devem se comportar, com exemplos de países que foram epicentro da pandemia há alguns meses, mas poucas são as análises sobre o que virá depois.
O fato é que essa pandemia irá passar, independentemente de como os países vão lidar com ela, amenizando ou agravando suas consequências, ela irá passar e precisamos começar a pensar sobre como será o nosso mundo com as profundas mudanças que aconteceram no espaço de algumas semanas. Mudamos nossa maneira de trabalhar, nossa relação com a família, como compramos e consumimos informação e a maneira como as empresas funcionam também mudou, através de todos os setores da economia.
Thomas Friedman, jornalista norte americano colunista do The New York Times, que escreve sobre as dinâmicas macroeconômicas e sociais, autor do best seller “The World is Flat”, já cunhou que teremos uma nova classificação “AC e DC”, ou seja, antes da COVID-19 e depois da COVID-19. Essa análise é justa: neste momento é muito provável que você esteja trabalhando todos os dias de sua casa, empresas com modelos de gestão tradicionais foram obrigadas a adotar o novo, mudaram a forma de contato com as equipes usando diferentes canais de comunicação, videoconferências, apps de colaboração, acesso à nuvem e digitalizaram processos de negócios.
Postos de trabalho serão substituídos muito mais rapidamente por soluções automatizadas, recursos de produção como a impressão 3D vão encurtar a cadeia de produção de maneira permanente, governos adotarão processos digitais para emissão de documentos e até o processo eleitoral deverá ser repensado nas democracias com as restrições de circulação impostas, que não devem ser relaxadas tão cedo.
Essa nova realidade também é ecoada pelo Gartner no ranking “Os 10 Tópicos de Maior Interesse para Tecnologias Emergentes”. Na análise, o primeiro trimestre de 2020 mostrou uma mudança completa se comparada ao mesmo período de 2019.

Fonte: Gartner
A gestão integrada de risco aparece como o tema de maior interesse para os clientes do instituto de análise de mercado, o que reflete a preocupação com a continuidade dos negócios e com a gestão do risco causado por terceiros. Em segundo lugar, aparece a análise de vídeo, impulsionada pelo interesse no reconhecimento facial, que deverá autenticar cada vez mais transações sem a presença física do usuário. A segurança física ocupa a terceira posição e reflete a preocupação geral sobre nossa reação, como sociedade, com a redução do desempenho econômico que aumentará a pobreza, o desemprego e pode, em casos extremos, levar a cenários caóticos.
Mas vamos fazer uma pausa e analisar quais eram essas tendências no mesmo período de 2019. Assim, podemos entender o quanto fomos impulsionados a mudar o foco de análise do cenário tecnológico. Os clientes do Gartner demonstravam interesses sobre tendências que iriam moldar um futuro que parecia estar mais distante, impulsionado pela inteligência das máquinas e deep learning, por exemplo. Uma única preocupação comum aos rankings de ambos os anos é a segurança e o risco digital, já que figuram nas listas itens como inteligência de ameaças, segurança operacional, gestão de risco digital e gestão integrada de risco. A percepção da importância destes temas mudou drasticamente: IRM passou da quinta posição em 2019 para a primeira em 2020.
Fonte: Gartner
Voltando para 2020, é possível notar no ranking mais atual o crescimento do interesse na adoção de tecnologias que dão suporte ao trabalho sem a presença física dos profissionais. A análise de tráfego de rede, gestão de risco digital, serviços de acesso seguro na ponta e acesso zero-trust a redes aparecem em destaque.
É hora de pensar em como o seu negócio vai se adaptar de maneira permanente ao novo cenário econômico global, às novas dinâmicas profissionais e ao crescimento exponencial da digitalização dos negócios.
Sua empresa deverá se adaptar rápido, gerenciar risco com base em análises estratégicas de dados e reinventar a maneira como realiza negócios e como lida com funcionários e clientes. O cenário é desafiador, mas impulsiona à quebra de paradigmas e vence a resistência à mudança. Você deve aproveitar esse período e estar preparado para o futuro, agora.